Não é segredo nem coincidência que pessoas de sucesso sejam leitoras vorazes; saiba como um jovem criou um processo para facilitar o desafio
Há três anos, Charles Chu caiu na armadilha de uma má decisão de carreira e se viu desiludido com o cotidiano daquilo que considerava o trabalho ideal. “Algo não estava certo. Eu havia seguido a prescrição: tinha boas notas, liderança, recomendações, faculdade, emprego dos sonhos. Mas as coisas estavam muito ruins.”
Foi quando encontrou uma frase do famoso investidor Warren Buffett. Questionado sobre o segredo do sucesso, Buffett apontou para uma pilha de livros e disse: “Leia 500 páginas por dia. É assim que o conhecimento funciona. Ele se acumula, como juros compostos. Todos vocês podem fazer isso, mas garanto que não são muitos que farão”.
Perdido e sem inspiração, Chu decidiu fazer parte da minoria e leu 400 livros ao longo de dois anos, uma empreitada que se tornou uma das decisões mais importantes de sua vida.
“Os livros me deram coragem para viajar, a convicção para me demitir, me deram modelos e heróis e significado em um mundo em que eu não tinha nenhum”, escreveu ele em seu site, Better Humans.
Como Buffett tinha antecipado, não é preciso ter talento extraordinário para ler em grandes quantidades. Metas e planejamento, por outro lado, podem sim ajudar. Assim, Chu criou quatro passos que qualquer um pode seguir para angariar mais conhecimentos por meio da leitura:
1. Não desista antes de começar
Antes de se desesperar e criar desculpas, Chu sugere uma avaliação direta da realidade: é realmente impossível ler 200 livros ao longo de 365 dias num ano? Não. “É como Buffett diz: qualquer um pode fazê-lo, mas a maioria das pessoas não vai fazer.”
Antes de se desesperar e criar desculpas, Chu sugere uma avaliação direta da realidade: é realmente impossível ler 200 livros ao longo de 365 dias num ano? Não. “É como Buffett diz: qualquer um pode fazê-lo, mas a maioria das pessoas não vai fazer.”
2. Faça uma conta simples
Estatisticamente, explica Chu, americanos leem entre 200 e 400 palavras por minutos. Um livro de não ficção tem, em média, 50 mil palavras. Multiplique isso por duzentos e elas serão 10 milhões de palavras.
Estatisticamente, explica Chu, americanos leem entre 200 e 400 palavras por minutos. Um livro de não ficção tem, em média, 50 mil palavras. Multiplique isso por duzentos e elas serão 10 milhões de palavras.
Em seguida, ele divide 10 milhões por 400, sua capacidade de leitura por minuto, e pronto: serão necessários 25 mil minutos, ou 417 horas. Mas como é possível ler por 417 horas?
3. Encontre tempo para leitura
Parece muito, é verdade, mas uma nova perspectiva pode ajudar. Novamente, Chu usa como exemplo o americano médio, que passa 608 horas envolvido com mídias sociais e 1642 horas vendo televisão anualmente.
Parece muito, é verdade, mas uma nova perspectiva pode ajudar. Novamente, Chu usa como exemplo o americano médio, que passa 608 horas envolvido com mídias sociais e 1642 horas vendo televisão anualmente.
“São 2250 horas por ano gastas com lixo”, enfatiza. “Se fossem gastas lendo, você poderia ler mais de mil livros por ano!”. O vício nesse tipo de entretenimento deixa essa transferência difícil, é verdade, mas não impossível. É hora de investir na execução.
4. Execute
Aqui, Chu é realista: todo mundo sabe que é mais produtivo ler um livro que ficar no feed do Instagram ou dando likes em uma página de Facebook. O problema é fazer isso de fato.
Aqui, Chu é realista: todo mundo sabe que é mais produtivo ler um livro que ficar no feed do Instagram ou dando likes em uma página de Facebook. O problema é fazer isso de fato.
Para tanto, ele criou algumas táticas individuais, mas que podem ser utilizadas por outras pessoas ou mesmo adaptadas de acordo com os hábitos de cada um. A ideia principal aqui é criar um ambiente que inspire a leitura e deixe essa transição tão fácil quanto for possível. Confira a estratégia de Chu:
I. Use design de ambientes
“A mídia é pensada para ser viciante”, escreve. “E as mudanças com melhores custos benefícios são ambientais.” Para ler mais, remova as distrações do ambiente e deixe seus livros facilmente acessíveis, tanto em forma física quanto em aplicativos em celulares e tablets. (Experimente o Kindle, da Amazon. Para quem não quer investir no aparelho, é possível baixar o aplicativo em qualquer smartphone: é de graça e há muitos livros igualmente gratuitos na internet.)
“A mídia é pensada para ser viciante”, escreve. “E as mudanças com melhores custos benefícios são ambientais.” Para ler mais, remova as distrações do ambiente e deixe seus livros facilmente acessíveis, tanto em forma física quanto em aplicativos em celulares e tablets. (Experimente o Kindle, da Amazon. Para quem não quer investir no aparelho, é possível baixar o aplicativo em qualquer smartphone: é de graça e há muitos livros igualmente gratuitos na internet.)
II. Construa hábitos
“A força de vontade falha quando você mais precisa dela, então, ao invés de depender dela, construa uma fortaleza de hábitos – isso que o deixará resiliente em tempos difíceis”, recomenda Chu.
“A força de vontade falha quando você mais precisa dela, então, ao invés de depender dela, construa uma fortaleza de hábitos – isso que o deixará resiliente em tempos difíceis”, recomenda Chu.
Os livros sobre esse assunto são vários, como o bestseller O Poder do Hábito, de Charles Duhigg, e o favorito de Chu, Superhuman by Habit, escrito por Tynan.
III. Use mais de um meio
Se quiser ler muito, aproveite as múltiplas opções que existem hoje em dia e não fique restrito a um jeito específico de ler, como antes de dormir ou durante o almoço.
Se quiser ler muito, aproveite as múltiplas opções que existem hoje em dia e não fique restrito a um jeito específico de ler, como antes de dormir ou durante o almoço.
Qualquer livro vale – de papel, audiobook, em celulares ou tablets – e em qualquer lugar que você possa. “Torne sua leitura oportunista. Quando tiver uma chance, aproveite. Se não tiver uma chance, encontre uma.”
CRÉDITOS: Época Negócios